Analise Pokemon Conquest

         

Quem imaginaria que um dia teríamos um jogo medieval com os monstrinhos da série Pokémon? Melhor ainda: quem, em sua sã consciência, chegou a cogitar que Pokémon se encontraria com outro jogo, mais sério e para um público mais maduro, como é o caso da série Nobunaga's Ambition?
Mas o impossível ocorreu, e os monstrinhos de bolso invadiram o Japão feudal para guerrear por territórios. Entenda que o mundo deste jogo não é o mesmo do desenho ou game que conhecemos, trata-se de um ''universo paralelo'', onde os Pokémon fazem parte da história do Japão. Então nada de apontar o dedo e dizer: ''É IMPOSSÍVEL TER MEWTWO NO JAPÃO FEUDAL POIS ELE FOI CRIADO EM LABORATÓRIO!!!!


De qualquer forma, Pokémon Conquest é realmente um produto improvável. De todos os crossovers que a série poderia fazer, ninguém nunca imaginaria um com a galerinha doNobunaga. Vai saber, talvez um crossover entrePokémon Digimon seria mais plausível, mas a coisa aqui foi tão inesperada e, de certa forma, inovadora, que teria grande chance de dar certo. E não é que deu?

Conquest tem o mérito de trazer algo de diferente para a série Pokémon. Tudo bem que já tivemos por aí títulos comoPokémon Mystery Dungeon, Pokémon Ranger e por aí vai, mas nenhum destes jogos foi tão ambicioso e complexo quanto este. Conquest é um jogo de estratégia com elementos que capturam a essência de Nobunaga's Ambition – algo que envolve capturar não só os monstrinhos, mas também regiões de outros lordes feudais e construir assim um grande império.

O game o coloca no papel de um jovem lorde, que tem uma pequena terra que não é lá grande coisa. Mas por algum motivo misterioso você é o escolhido para conquistar todos os territórios da região fictícia de Ransei e, assim, despertar um Pokémon lendário para dá-lo os poderes de dominar o Japão como bem entender.



A principal inovação de Conquest em relação à série normal é que as batalhas são de estratégia em turnos. Ok, não é tão diferente assim das batalhas em turnos do famoso RPG, mas elas lembram mais Final Fantasy Tactics do que qualquer outro título Pokémon. A visão isométrica dos cenários já denuncia isso.

Elementos-chave compõem uma batalha: cada Pokémon tem apenas um ataque básico, diferente da série principal, onde eles possuem até quatro. O que eles podem ter de extra são habilidades concedidas pelos lordes, que não são necessariamente ataques, mas dão benefícios ao seu grupo ou a um Pokémon seu. Eevee, por exemplo, que é o Pokémon inicial do seu lorde, tem um ataque comum e uma habilidade que aumenta seu alcance de movimento pelo mapa.

Você pode levar até seis guerreiros para a batalha e todo o embate se desenvolve em turnos. Os combates são divertidos, e eles podem demorar meros poucos minutos ou até mesmo se estender por um pouquinho mais de tempo. O desafio varia bastante e conta muito o tipo de Pokémon que você escolher para um encontro com inimigos. Todo aquele sistema de pontos fracos e fortes também se aplica por aqui – um Pokémon de água sempre vai ter superioridade contra um Pokémon de fogo.

Outra novidade bem legal é que os cenários também podem ser seus aliados ou inimigos. Um Pokémon de fogo pode andar sobre lava fervendo, enquanto o de água pode passar por um rio. Em alguns cenários há objetos caindo do céu ou itens que podem ser arremessados em inimigos (ou arremessados em você!). São adições interessantes o suficiente para fazer você redescobrir Pokémon. Mas, ainda que o sistema básico de Conquest seja atraente e divertido, ele não chega a ser tão limitado quanto parece. O jogo oferece mais, muito mais.

Como citamos, elementos de Nobunaga's Ambition estão por aqui. Há toda uma movimentação pelo grande mapa de Ransei e seus respectivos territórios. Ao invés de desafiar líderes de ginásio, você desafia lordes de cidades vizinhas, mas sem andar livremente por cenários, como ocorre na série normal. Basta selecionar a cidade a ser atacada no mapa e começar o embate – venceu? Aquele território passa a ser seu e de seus aliados, fazendo com que seu império avance e seu nome fique mais famoso.



Assim como nas batalhas, cada cidade abriga até seis guerreiros, por isso existe o sistema de delegar guerreiros para outros territórios, espalhando ''sua gente'' por aí e defendendo outros postos – já que você também pode ter seu território desafiado e roubado de outro inimigo. Para isso, temos a curiosa possibilidade de mover unidades de personagens entre uma cidade e outra, mas de forma limitada.

Pokémon Conquest é regido por um sistema de meses. Cada personagem tem apenas um mês que equivale a uma ação. Se participou de uma batalha, aquele personagem só vai poder realizar outra ação no próximo mês. Mas calma, você não precisa esperar 30 dias reais para continuar jogando quando suas ações acabarem. Na verdade você deve entender que um mês corresponde a um turno no mapa geral de Ransei, que pode ser avançado a qualquer hora que você desejar.

Além de batalhas, outras possíveis ações em Conquest envolvem tarefas na própria cidade. Você pode enviar determinado guerreiro para comprar item em uma loja ou coletar ouro na mina. Isso também gasta um mês daquele personagem, o que vai impedir que ele seja usados nas batalhas. Você também pode sempre delegar um líder para cada cidade e assim dar uma tarefa que vai ser executada constantemente (como treino, pesquisa, desenvolvimento e por aí vai). Tudo isso deixa o jogo extremamente estratégico e viciante para quem ama o gênero. ''Qual será meu próximo movimento? Se eu usar esse cara, ele vai me fazer falta na próxima batalha? Será que é mais vantagem mudá-lo de cidade?'', são alguns dos possíveis questionamentos que você irá enfrentar ao jogar Conquest.

Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas como você captura os Pokémon? Tem isso neste jogo? Afinal, as tecnológicas Pokébolas só seriam inventadas um pouquinho a mais no futuro, então como capturá-los? Arrumaram um jeito bacana de termos mais e mais bichinhos. Na verdade, dois jeitos.

Primeiro você deve saber que cada guerreiro ou lorde só pode usar um Pokémon por vez. Nada de trocar no meio da batalha quando ele for derrotado. O primeiro passo para recrutar um novo Pokémon é, na verdade, recrutar um novo guerreiro. Se você vencer um guerreiro em batalha com um golpe superefetivo ou em menos de quatro turnos, ele tem grande chance de entrar para seu grupo, e levar seu Pokémon consigo.



A outra forma de obter mais monstrinhos e firmando ligações com os Pokémon selvagens que você encontra em campos de batalha – aqueles que não possuem um treinador/guerreiro. Em vez de atacá-los, o personagem deve se aproximar e escolher a opção Link. Com um rápido minigame, será possível tentar criar laços com aquele monstro e assim conquistá-lo e depois escolhê-lo como seu Pokémon principal. As duas formas foram saídas muito bem pensadas para compensar a falta de Pokébolas.

Pokémon Conquest reserva ainda algumas surpresas para seus jogadores. Todo o esquema de administração de cidades aumenta consideravelmente a longevidade, já que é possível evoluir seus personagens com as batalhas. Sim, ''os'' personagens, pois não são só os Pokémon que evoluem por aqui, os lordes também podem evoluir, ganhar uma nova aparência e mais habilidades. O sistema de evolução, porém, não é tão claro quanto deveria ser e você não sabe exatamente em qual nível um Pokémon vai evoluir, por exemplo. Ele apenas evoluiu após algumas batalhas e ganha novos ataques, um novo visual e pontos de vida mais duradouros. Vale avisar que alguns monstros ainda evoluem da forma que conhecíamos – Eevee, por exemplo, só toma outra forma a partir de uma pedra especial, que varia de material e elemento.

Este sistema de evolução e combates torna o jogo praticamente infinito. Mesmo após o término da aventura principal é possível continuar jogando, evoluindo os personagens e obtendo novos guerreiros para suas forças. Quando você chega na metade do jogo, por exemplo, já conta com uma boa quantidade de cidades para administrar, e cada uma delas abriga o número máximo de seis guerreiros – imagine ter que batalhar com todos eles quando você tem, por exemplo, 10 cidades conquistadas.

Conte aí pelo menos um mínimo de 100 horas de diversão, que podem se estender consideravelmente se você quiser elevar todo o seu exército a níveis máximos. Você pode somar neste tempo o modo multiplayer (infelizmente somente local)  e a possibilidade de termos missões e personagens extras recebidos por download. Sim, este é um jogo de DS com DLC, e o melhor de tudo é que eles todos são gratuitos. No momento desta análise, dois extras já haviam sido lançados, e a Nintendo já falou que podemos esperar por mais, ao menos até o final deste ano.

A trilha sonora de Pokémon Conquest se iguala ao que ouvimos na série principal em termos de qualidade. São melodias simples, mas que remetem aos jogos de antigos consoles, agradáveis de se ouvir. Aqui, porém, as músicas tem uma pegada mais ''medieval'', para combinar. Não há vozes, claro, e temos uma bronca para fazer: todos os barulhos feitos pelos monstrinhos são os mesmos de 10 anos atrás, quando Pokémon estreou no Game Boy. Nem aqui para mudar isso, Nintendo?



Os gráficos de Conquest são extremamente competentes. Toda a história é contada por diálogos no melhor estilo ''visual novel'', onde os personagens conversam entre si a partir de imagens estáticas, mas são todos bem desenhados e com visuais carismáticos que fica difícil reclamar. Nas batalhas os Pokémon são animados, e bem animados, o que deixa a experiência ainda mais bonita.

Pokémon Conquest é um título tão completo e divertido que dá até dó chamar de um mero ''spin-off''. Não o trate assim, tadinho. Temos aqui um verdadeiro título da linha Pokémon que não fica devendo em nada para seus irmãos da série principal. O game vai durar tanto nas mãos dos jogadores mais apaixonados que faz valer de verdade o seu investimento. Para fãs de jogos de estratégia ele pode ser altamente recomendado, mas se você também é fã de Pokémon ele se torna obrigatório.

Popular posts from this blog

Download GTA 5 Rapidshare

GTA 5 Trailer 2 Analysis Scene-By-Scene

Download GTA 5 Depositfiles